terça-feira, 23 de setembro de 2008

O Coliseu vestiu-se de branco


Eram sensivelmente 22h15m quando vestida de branco a menina Colbie Caillat subiu ao palco do Coliseu de Lisboa - mais ou menos a hora a que também estaria a sair da Estação do Oriente o meu último comboio para regressar à cidade dos estudantes, mas as críticas virão mais adiante.
Pautado por um tom intimista e uma atmosfera de concerto acústico, o primeiro concerto desta jovem cantora norte-americana em Portugal foi apaixonante, fluindo de uma forma natural e aprazível entre temas do seu reportório e covers de outros intérpretes - como a emocionante versão de Killing Me Softly (original dos Fugees e interpretada por Lauryn Hill). Para os amantes daquilo que escutam no CD, praticamente a única coisa que se mantinha eram as letras porque a atmosfera e a música foi nos trazida em versões bem diferentes das do formato de estúdio.
A juventude e curta experiência internacional de Colbie foi a espaços notada com algumas quebras na interacção com o público, a qual era quase que de imediato contrabalançada por momentos de grande intimidade e cumplicidade entre artista e admirador quando a menina Caillat contava a história por detrás da escrita de determinadas letras.
O momento alto, pessoalmente, de todo o concerto foi quando Colbie se apresentou bem no centro do palco e próximo dos espectadores e, rodeada por quatro dos seus talentosos músicos, tocou uma das suas músicas bem ao estilo havaiano acompanhada de um cavaquinho, o qual depois referiu saber ser de origem portuguesa, algo que foi apreciado e aplaudido por toda a plateia.
Resumindo, sem o mediatismo de uma Amy Whinehouse ou as inúmeras mudanças de indumentária de uma Madonna, tivemos uma simples mas deslumbrante princesa de "pé no chão" que cantou e encantou.

Não poderei, contudo, terminar este meu texto sem deixar algumas críticas à organização deste evento. Apesar de ainda ter decorrido em Setembro, a meteorologia é, hoje, algo de bastante inconstante e a ameaça de chuva era uma realidade, ora eu pergunto à entidade organizadora como seriam tratados os espectadores fosse essa possibilidade uma realidade, será que a nossa relação com estas é apenas pagar o bilhete e depois somos esquecidos?! E o horário?! Esta para mim a principal crítica que tenho a fazer. que tivesse de ser a um Domingo, até compreendo pois a agenda de um artista é algo de complexa gestão, mas num contexto social em que muita da cultura é já por si um acto elitista, porquê torná-lo ainda mais, o concerto estava a começar mais ou menos no mesmo momento em que estaria a partir de Lisboa o meu último comboio, o que me deixou com duas alternativas: hotel ou carro (mais gasóleo, mais portagens, mais alimentação)...Será que temos de ser de Lisboa (ou do Porto) para usufruirmos em pleno de eventos culturais?! E mesmo reconhecendo que esses são os centros da cultura no nosso país, não mereceiam as pessoas de outras partes do país maior consideração enquanto amantes da cultura?! Ou esta é mesmo só para alguns eleitos?! Concluindo, lá cheguei a casa pelas 2h da manhã...




Bem hajam!!!

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Um talento a desabrochar...



Admito que a minha ligação ao fenómeno YouTube nem sempre é a mais forte e que a minha atenção para esta artista demorou o seu tempo a ser chamada mas aqui estou eu para escrever um pouco sobre esta voz que canta cada vez mais alto e chega cada vez mais longe...Ana Free.

Quando todas as portas se fecham, esta menina resolveu entrar por uma janela e devemos dar-lhe os parabéns, pelo menos, pela sua audácia.
Tendo o seu quarto como estúdio de gravação e o YouTube como a sua primeira editora, e conjugando um conjunto de factores a seu favor, Ana Free fez recurso do seu background materno inglês e dos conhecimentos de guitarra do seu pai (que a ensinou desde os seus 8 aninhos), a estes ingredientes juntou o seu talento para cantar e mãos maravilhosas para as melodias da guitarra, tudo isto aprimorado por uma personalidade bastante simpática, humilde e doce.
Ana Free tem, sem dúvida, os ingredientes necessários para uma ascensão no mundo da música, esperemos, contudo, que essa mesma ascensão seja sempre muito equilibrada e se possível com este estilo acústico que tão bem lhe assenta e tanto apaixona.

O futuro parece começar já a sorrir e um primeiro trabalho está já em preparação, o qual irá, palpite meu, intitular-se In My Place. Enquanto fã resta-me apenas desejar toda a sorte e que o sucesso deste primeiro CD não retire nenhuma da doçura e genuinidade que a voz de Ana Free nos proporciona, e claro, que não deixe o seu talento ser engolido pelos artifícios tecnológicos que tão frequentemente os estúdios parecem gostar de adicionar aquando das gravações - Ana Free é guitarra e voz!

Em tom de conclusão, deixo apenas algumas sugestões por entre covers e originais - In My Place, The Rain, It's Time, Memories, Sway, Angie, Walking in Memphis, e o url para um video que vos permitirá de conhecer um pouco mais do que a voz, um pouco da pessoa por baixo do talento - http://www.youtube.com/watch?v=jJ21Qu8ARas.
Deixo duas sugestões para de despedir: visitem o MySpace de Ana Free - http://www.myspace.com/anafreemusic - e a par desta bela voz deslumbrem-se igualmente com a de Mia Rose - http://www.youtube.com/watch?v=43yFwTbzGiM.

Que esta menina portuguesa não esqueça as suas origens e as realce pois são uns dos ingredientes que a fazem tão especial!!!

Toda a sorte do mundo!!!



Bem hajam!!!

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Um café cristalino

Após a revolução que veio criar no sector dos sistemas de café de elevada qualidade em doses individuais, a Nespresso surge uma vez mais no mercado para nos espantar.
A sua imagem pessoal e tecnologia avançada são já conhecidas do público, quer se seja ou não amante de café, mas esta marca assumiu uma aposta ainda mais arrojada lançando, em parceria com a mundialmente famosa Swarovski, dois novos modelos de máquinas da linha Essenza - uma versão com cristais em tons rosa reluzente e outra com as mesmas pedrinhas a conceder à máquina de café uma tonalidade preto brilhante.
Criada para um público de gostos mais requintados e espaços ou eventos mais específicos e especiais, a linha Swarovski/Essenza está repleta de glamour e brilho.
Pessoalmente, duvido que o já por si delicioso café que a minha modesta máquina Essenza cor de tijolo me proporciona aprimore o seu sabor pelo simples facto de ser coberta por estes delicados cristais, mas uma pergunta passa com frequência pela minha cabeça ao ver estes novos modelos - como ficarão ou não ficarão os bem-ditos cristais após umas quantas sessões de limpeza?!
Com um preço que deverá rondar os 700€ e tendo uma produção limitada de unidades, algumas destas caprichosas máquinas de café poderão ser apreciadas pelos adeptos do conceito Nespresso, e de um bom café, nas lojas da marca no nosso país, em Lisboa e no Porto.
Apesar de todo este requinte, será sempre um café Nespresso e poder-se-á sempre obter o mesmo sabor por uma quantia bem mais simpática.





Bons cafés e...bem hajam!!!

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Coisas que me irritam solenemente - Falta de "piscas" na estrada

Dado que está o mote com o meu anterior post, inicio esta minha rubrica com uma das coisas que, enquanto condutor, mais me irritam na estrada, havendo, contudo, um espaço em particular que mais me incomoda, as famosas rotundas.
Será assim tão difícil para um condutor empurrar aquela alavancazinha para cima ou para baixo para informar um outro colega de estrada de qual o rumo que aquele automóvel, aparentemente desgovernado, se dirige?! Porque temos nós de estar num cruzamento eternamente à espera de uma luzinha laranja que teima em não aparecer, atrasando o trânsito, desgastando o nosso veículo, poluindo ainda mais com quase arranques e irritando-nos com quem nos acompanha no banco do lado.
Que parte neste mundo supostamente civilizado faltou entender àqueles condutores que quando ultrapassam uma bicicleta seria bom para eles, para nós enquanto condutores do carro imediatamente atrás e para o próprio ciclista sinalizar o seu movimento para que o outro carro saiba qual a razão para o desvio da rota de circulação normal?!
E lembre-se, na auto-estrada andamos um bocadinho mais depressa do que fora dela, aqui talvez a tal luzinha seja mesmo bem-vinda, antes de já estar à esquerda e depois de olhar para aqueles vidrinhos que muitos teimam em não ver e que se dão pelo nome de espelhos.

Termino fazendo uma referência aos que, e porque os há, recorrem em demasia a essa mesma alavanca, induzindo com a sua mostra quase psicadélica de iluminação laranja, os demais condutores em erro, como aqueles que ligam a luz de "pisca" à esquerda no interior das rotundas para imediatamente saírem à direita com nova e confusa sinalização laranja - "Mas então tu não ias continuar na rotunda?!".

Uma última palavra em tom de despedida para todos aqueles que gostam de jogar às adivinhas com o condutor que circula atrás, quando já se adivinhou que vão virar, poupem-me o "pisca" com tom prepotente, sendo de tal exemplo aqueles condutores que já depois de terem estado a travar durante uns bons metros e me terem colocado à procura do obstáculo\perigo e a jogar o referido jogo das adivinhas, passam para a via de saída ou desaceleração e aí sim, ligam a luz intermitente laranja - "Obrigado, Sr(ª). Condutor(a), mas já percebi!!!".

Pensem nos outros na estrada (já que não pensam em vocês), deixem-se de preguiças com um volante nas mãos e tirem lá o bracinho da janela por uns segundos, ele bronzeia no Verão!!!



Bem hajam!!!

Coisas que me irritam solenemente

Após vários meses de ausência, não por um marasmo criativo ou de vontade, mas por falta de disponibilidade temporal e, por vezes, mental estou de volta a esta actividade de livre escrita que tanto me apraz.
Agora com uma disponibilidade maior e com várias ideias e rascunhos a correr pela mente espero, desta feita, conseguir estar mais presente neste meu espaço de opinião e devaneio. Com esse mesmo intuito, decidi criar uma nova rubrica a qual resolvi apelidar de "Coisas que me irritam solenemente". Neste espaço pretendo dar a minha humilde e muito pessoal opinião sobre comportamentos que me aborrecem profundamente e com os quais me deparo quotidianamente, actos que são para muito banais e rotineiros mas que ajudam a contribuir para uma crescente e visível falta de civismo na sociedade, nomeadamente na portuguesa, mas como a culpa não morre solteira e não existem casos isolados, aponto o dedo não a um povo em particular mas para uma situação que, onde quer que ocorra, "me irrita solenemente", pretendendo desta forma alertar algumas consciências e, qual desejo utópico, mudar alguma coisa - se pelo menos uma pessoa alterar o seu comportamento já me considerarei um vencedor.



Bem hajam!!!