terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Gira a Fita em...The Curious Case of Benjamin Button



SUBLIME - esta era a única palavra que encontrava de cada vez que queria classificar esta película.

David Fincher apresenta-nos uma história bizarra sobre um homem que nasceu com sinais de extrema velhice mas que ao longo da vida vai...rejuvenescendo. Uma história que contraria o ciclo normal da vida brilhantemente adaptada por Eric Roth - já entre nós conhecido de guiões de igual brilhantismo como Forrest Gump ou The Horse Whisperer - do conto homónimo de Scott Fitzgerald.
Se no que ao desempenho feminino diz respeito nada existe de especial a ressalvar visto o talento e presença de Blanchett ou Swinton ficarem bem patentes e serem já esperados, seria uma tremenda injustiça não destacar a boa agradável surpresa que foi a actriz Taraji Henson (Queenie). No entanto, quanto ao desempenho masculino, a interpretação de Brad Pitt é fabulosa, ajudada por um igualmente bastante bom trabalho de maquilhagem, quer no envelhecimento quer no rejuvenescimento de Pitt, mas que permite contudo atestar do bem realizado trabalho cénico deste actor, visto de certa forma vestir várias "peles" através de toda a história e a corrente de acontecimentos estar, para a sua personagem, invertida - fico bastante curioso em relação ao que deverei esperar de outros candidatos à estatueta dourada de melhor actor.
Devo igualmente destacar duas outros áreas, a da fotografia, com primorosos planos e jogos visuais como os que sucedem com os espelhos nos contextos de ballet ou aquando da história preambular sobre o relógio de Monsieur Gateau (Elias Koteas) ou dos nasceres-do-sol. E a outra palavra de elogio vai para a discretíssima mas deliciosa banda sonora de Alexandre Desplat (Syriana, Michou d'Auber, Girl with a Pearl Earring), a propósito da qual ouvi algumas pessoas no fim do filme (ao escutar a música que acompanhava os créditos finais) exclamar: "O filme tinha banda sonora?!" - tinha mas a história envolve tanto o espectador que nem nos apercebemos, muitas vezes, que a banda sonora ajuda e muito a toda essa envolvência, e este filme era um desses brilhantes casos, a banda sonora está lá e é primorosa.

Não tenho muito mais a dizer ou a destacar pois todo o filme está soberbo, pelo que a única coisa que posso dizer em tom de conclusão é um imperativo "Vão ver!!!"

Tendo alguns conhecimentos de Literatura norte-americana, não posso deixar de aconselhar a leitura do conto de Fitzgerald que inspirou esta película ou, para aqueles que se não querem repetir, de outro conto deste maravilhoso escritor.




Bem hajam!!!

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