terça-feira, 4 de novembro de 2008
Os Estados Unidos (feliz ou infelizmente) és tu, sou eu, somos todos nós...
Aproveitando uma "pausa" concedida no meu laborioso, mas aprazível, estágio, retomo alguns pequenos deleites que tanto aprecio. Retomar a escrita neste meu espaço acompanhado por um quente café e uma iguaria da doçaria da minha região - uma Queijada de Tentúgal - enquanto a chuva cai lá fora...
Quase dois anos decorreram (21 meses para ser mais correcto) desde o início da campanha política para a Casa Branca, a qual terá hoje o seu término. Após lutas intra-partidárias que duraram cerca de uma ano, outro tanto se passou em lutas inter-partidárias entre Republicanos e Democratas, McCain e Obama, Palin e Byden, sendo hoje o dia da decisão final.
Durante todos estes meses, a importância e visível impacto futuro desta eleição foi ganhando preponderância nos nossos quotidianos. Várias vezes ouvi de amigos e desconhecidos o discurso da alienação e distanciamento - "Porque temos de estar a ouvir isto todos os dias?" ou "O que nos interessa a nós quem é que ganha nos EUA?". Por muito que não me tenham agradado até hoje as políticas estado-unidenses, nada posso por agora dizer quanto a políticas que ainda estão "em gavetas" mas de uma coisa estou certo: Feliz ou infelizmente, os Estados Unidos da América somos todos nós!, se vai ou não mudar. apenas o futuro o dirá mas por ora, devemos encarar o facto de que precisamos que esta enorme potência económica, industrial, militar, etc. tome um rumo pois ainda é ela que está ao leme, para o bem e para o mal.
Nesta linha de que todos nós fazemos, de alguma forma, parte de todo este processo eleitoral, queria aproveitar esta minha janela para o mundo para chamar a vossa atenção para uma curiosa iniciativa levada a cabo por três islandeses que criaram um blogue denominado "If the world could vote?" (Se o mundo pudesse votar?), assente na ideologia de que o impacto desta eleição nos afecta a todos e que todos nela deveríamos poder votar e participar.
Imbuído pelo mesmo espírito dos criadores deste blogue, votei no candidato da minha preferência e fui seguidamente consultar as estatísticas. Após uma análise das proveniência dos votos e suas percentagens por país, algumas coisas coisas curiosas me saltaram à vista. Valendo, obviamente, estes números o que valem, é interessante observar a forma claríssima como McCain é cilindrado por Obama, somando este último mais de 87% dos votos de uma total de 780 mil votantes. contudo, não fiquei satisfeito com esta estatística geral e mergulhei um pouco mais nos resultados desta iniciativa. Primeira curiosidade que tive foi ver quão esmagado seria McCain no país natal do pai de Obama (em 668 votantes, 95% votaram Barack Obama). De seguida percorri o mata com o cursor por alguns países e saltou-me à vista, apesar dos milhões de habitantes, o universo votante e respectivos resultados em países como a Arábia Saudita, o Brasil e o nosso Portugal, pois tendo em conta a nossa dimensão populacional, essa mesma proporção coloca-nos entre os países mais participativos nesta iniciativa, com 41187 participantes, apenas superados pelos EUA e pela Austrália e bem destacados do Reino Unido e do Brasil, e bastante distantes dos valores dos nuestros hermanos ou da França - não sei se por desinteresse dessas mesmas sociedades ou se pelo "banho" que os nossos meios de comunicação nos têm dado nas últimas semanas, mas dá, de facto, que pensar. Por último quero realçar quatro resultados em particular: os países anglófonos (Índia, Austrália, Reino Unido, África do Sul); a indecisão patente nos cerca de mil votantes da Venezuela de Chávez...; o resultado da votação dos quase 95000 canadianos que haviam votado até ao momento em que escrevi este meu post; e o resultado nada surpreendente da pequena República da Macedónia que deu uma clara, e a única, vitória fora de portas a McCain, algo que não acontece por acaso pois, recorde-se, McCain "apoiava" este pequeno país na sua polémica luta pela alteração do seu nome, iniciativa que recebeu forte oposição da Grécia, e uma simples observação dos resultados nesses dois países são, de tal, um claro testemunho.
Já num plano um pouco mais sério e apesar dos "apenas" 252816 participantes dos Estados Unidos, é interessante atentar na percentagem Barack Obama 79,8% - John McCain 20,2% resultante dos votos das poucas pessoas que são, de facto, eleitores...Mais logo já saberemos se apenas os apoiantes de Obama entraram no espírito desta iniciativa e votaram ou se tal amostra reflecte algo dos resultados reais das eleições estado-unidenses à Casa Branca.
Em tom de despedida deixo a hiperligação para o blogue de que falei neste meu post http://iftheworldcouldvote.com/
Boa votação e bem hajam!!!
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