There Will Be Blood é, a par com No Country For Old Men, o filme mais nomeado, proposto em 8 categorias. É, de facto, um grande filme que mergulha o espectador num mundo de especulação e desejo ávido por controlo e dinheiro cimentado numa das mais controversas riquezas naturais deste nosso planeta, o petróleo.
"Haverá Sangue" (título português), principia a sua trama nos finais do século XIX, 1898 para ser mais preciso, e ajuda de sobremaneira a compreender muitos aspectos da nossa sociedade contemporânea e da importância e elevado valor do ouro negro.
Daniel Day-Lewis pauta-se, uma vez mais, por uma excelente prestação, algo a que já nos começa a habituar desde Gangs Of New York, e a enorme qualidade da sua representação deixa-me muito pouco a dizer pois seria redundante estar aqui a desenrolar toda uma panóplia de elogios sinónimos em si. Contudo, devo deixar uma enorme palavra de apreço e elogio ao jovem actor, Paul Dano, que será uma estrela, nesta constelação que é Hollywood, que terá, sem dúvida, um enorme brilho no futuro, já presente em outros filmes como Taking Lives ou o grande sucesso do ano anterior, Little Miss Sunshine; aqui, Dano representa um duplo papel, apesar de ser com a personagem de Eli Sunday que se vai destacar, e se quiserem atestar a qualidade deste actor e o brilho que já possui, atentem, por exemplo, nos sermões que dá na igreja durante o filme ou nos seus embates com Daniel Plainview (Daniel Day-Lewis).
No entanto, este filme é muito mais que os seus actores, e começa o seu êxito logo com a brilhante adaptação que Paul Thomas Anderson faz do romance de 1927 Oil de Upton Sinclair. Neste filme, o talento do argumentista está também associado à realização e produção do mesmo, sendo que nestas áreas, Paul Thomas Anderson continua a dispensar apresentações com filmes como Magnolia ou Boogie Nights no seu currículo.
Além das nomeações para Melhor Actor Principal, Melhor Filme, Melhor Realização e Melhor Guião Adaptado, There Will Be Blood está ainda nomeado nas categorias de Melhor Direcção Artística, Cinematografia, Montagem e na categoria de Som, mas neste campo, creio que uma nomeação para Melhor Banda Sonora também em nada seria descabida.
"Haverá Sangue" é um filme que aconselho vivamente mas para cujo visionamento deixo uma pequena sugestão, aproveitem o intervalo para descansar um pouco, saindo da sala, porque é um filme mais longo do que parece por ser algo pesado e variar pouco de contexto. Mas não o percam!
Bem hajam!!!
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
Gira a Fita em...In the Valley of Elah
"No Vale de Elah" aborda uma temática que será seguramente, na cena cinematográfica americana a curo prazo, cada vez mais frequente, a guerra do Iraque e todas as questões subjacentes e decorrentes. Neste filme o espectador é submergido num drama familiar, pessoal e humano que certamente afecta inúmeras famílias de soldados que combateram e combatem nesta região do globo.
Após ter recebido um telefonema da base militar onde deveria estar o seu filho de que este estava desaparecido, Hank Deerfield (Tommy Lee Jones) parte em busca do seu filho e da verdade por trás do seu desaparecimento, sem o apoio inicial de ninguém e contra todos, Hank é incansável, tendo mais tarde o apoio da Detective Emely Sanders (Charlize Theron) que o ajuda quando tudo parecia já indecifrável mas resolvido
Lee Jones tem um espectacular desempenho que lhe valeu a nomeação para a estatueta para Melhor Actor Principal, Charlize Theron mostra mais uma vez o porquê de ser uma das mais requisitadas de Hollywood do momento, proporciona uma beleza incontestável e um talento inconfundível (apesar de não ter aqui um papel que lhe permita todo o brilho de que sabemos ser capaz), e não podia deixar de mencionar a prestação de Susan Sarandon que nos poucos momentos que surge no ecrã nos presenteia com momentos de enorme carga emocional e dramática.
Como já referi, destaco neste filme a brilhante prestação de Tommy Lee Jones, mas devo igualmente destacar o guião\história e o bom trabalho no campo da Imagem, montagem e recolha.
É um filme que aconselho vivamente, quer por desenterrar e nos dar (deste lado do Atlântico) a conhecer certos factos que desconhecemos por completo, quer por nos fazer olhar para esta problemática dos soldados que regressam dum autêntico inferno, quer, ainda, pelo menos pela curiosidade de desvendarem o porquê do título.
Bem hajam!!!
Após ter recebido um telefonema da base militar onde deveria estar o seu filho de que este estava desaparecido, Hank Deerfield (Tommy Lee Jones) parte em busca do seu filho e da verdade por trás do seu desaparecimento, sem o apoio inicial de ninguém e contra todos, Hank é incansável, tendo mais tarde o apoio da Detective Emely Sanders (Charlize Theron) que o ajuda quando tudo parecia já indecifrável mas resolvido
Lee Jones tem um espectacular desempenho que lhe valeu a nomeação para a estatueta para Melhor Actor Principal, Charlize Theron mostra mais uma vez o porquê de ser uma das mais requisitadas de Hollywood do momento, proporciona uma beleza incontestável e um talento inconfundível (apesar de não ter aqui um papel que lhe permita todo o brilho de que sabemos ser capaz), e não podia deixar de mencionar a prestação de Susan Sarandon que nos poucos momentos que surge no ecrã nos presenteia com momentos de enorme carga emocional e dramática.
Como já referi, destaco neste filme a brilhante prestação de Tommy Lee Jones, mas devo igualmente destacar o guião\história e o bom trabalho no campo da Imagem, montagem e recolha.
É um filme que aconselho vivamente, quer por desenterrar e nos dar (deste lado do Atlântico) a conhecer certos factos que desconhecemos por completo, quer por nos fazer olhar para esta problemática dos soldados que regressam dum autêntico inferno, quer, ainda, pelo menos pela curiosidade de desvendarem o porquê do título.
Bem hajam!!!
Gira a Fita em...Sweeney Todd
Tenho uma certa animosidade para com os filmes cantados e os musicais, é uma posição pessoal. Ou talvez tivesse essa certa animosidade, morto está aquele que não aceita mudar as suas opiniões.
Confesso que quando vi pela primeira vez o trailer de apresentação deste filme e percebi que na tradição de Tim Burton, com muito de musical, fiquei um pouco reticente. Não tenho problema algum com os seus filmes animados se parecerem muito com musicais mas quanto a ver os actores de carne e osso a fazerem-no...quando quero ver um musical vou a uma sala de espectáculos. Mas sendo um enorme fã desta arte, de Burton e de Depp, o qual afirmou que o facto de falar cantando lhe deu, como actor, uma muito maior liberdade e uma interpretação sem igual na sua carreira, portanto, lá coloquei os meus preconceitos num cantinho e fui à sala de cinema.
Aconselho vivamente a quem tiver essa oportunidade a ver, de preferência antes, a versão de Sweeney Todd de David Moore com Ray Winstone, a qual vos permitirá descobrir o filme de Tim Burton de uma outra forma.
Passado este aparte, devo confessar que à medida que a fita ia girando, ia ficando cada vez mais consciente das palavras de Johnny Depp, o diálogo cantado transmitia uma outra liberdade e fluência às personagens, pelo que as partes cantadas são mesmo as que mais destaco, sendo que neste particular todos os actores desempenharam um excelente papel, e a doce voz da muito jovem Jayne Wisener foi uma agradável descoberta. Tal como o foi, ver Sacha Baron Cohen (a.k.a. Ali-G) a fazer cinema de verdade pois é de facto uma personagem bastante eclética.
Destacado pela Academia em áreas como o seu fabuloso Guarda-Roupa, a brilhante prestação de Johnny Depp ou para a excelente Direcção Artística, creio que me posso dar à liberdade, neste meu espaço, de destacar este grande filme em áreas como Som, Imagem ou destacando a sua brilhante Banda Sonora.
Por todas estas e muitas outras razões, é um filme que aconselho a ver, pois proporcionará um agradável momento sem levar o espectador a realizar um grande esforço mental, entretém com extrema qualidade cinematográfica.
Bem hajam!!!
Confesso que quando vi pela primeira vez o trailer de apresentação deste filme e percebi que na tradição de Tim Burton, com muito de musical, fiquei um pouco reticente. Não tenho problema algum com os seus filmes animados se parecerem muito com musicais mas quanto a ver os actores de carne e osso a fazerem-no...quando quero ver um musical vou a uma sala de espectáculos. Mas sendo um enorme fã desta arte, de Burton e de Depp, o qual afirmou que o facto de falar cantando lhe deu, como actor, uma muito maior liberdade e uma interpretação sem igual na sua carreira, portanto, lá coloquei os meus preconceitos num cantinho e fui à sala de cinema.
Aconselho vivamente a quem tiver essa oportunidade a ver, de preferência antes, a versão de Sweeney Todd de David Moore com Ray Winstone, a qual vos permitirá descobrir o filme de Tim Burton de uma outra forma.
Passado este aparte, devo confessar que à medida que a fita ia girando, ia ficando cada vez mais consciente das palavras de Johnny Depp, o diálogo cantado transmitia uma outra liberdade e fluência às personagens, pelo que as partes cantadas são mesmo as que mais destaco, sendo que neste particular todos os actores desempenharam um excelente papel, e a doce voz da muito jovem Jayne Wisener foi uma agradável descoberta. Tal como o foi, ver Sacha Baron Cohen (a.k.a. Ali-G) a fazer cinema de verdade pois é de facto uma personagem bastante eclética.
Destacado pela Academia em áreas como o seu fabuloso Guarda-Roupa, a brilhante prestação de Johnny Depp ou para a excelente Direcção Artística, creio que me posso dar à liberdade, neste meu espaço, de destacar este grande filme em áreas como Som, Imagem ou destacando a sua brilhante Banda Sonora.
Por todas estas e muitas outras razões, é um filme que aconselho a ver, pois proporcionará um agradável momento sem levar o espectador a realizar um grande esforço mental, entretém com extrema qualidade cinematográfica.
Bem hajam!!!
Gira a Fita em...Le Scaphandre et le Papillon
"O Escafandro e a Borboleta" (título português) é o relato duma história de vida brutal e marcante que deve ser visto com bastante humildade e humanidade...A vida pode mudar num piscar de olhos.
Numa em quatro categorias para os Óscares da Academia, este filme é a adaptação cinematográfica da história de vida de Jean-Dominique Bauby, editor da revista Elle, um jovem casanova e amante dos puros prazeres da vida que de um momento para o outro se vê refém do seu próprio corpo, vítima dum raro caso da medicina, o síndroma "locked-in".
Rodeado por pessoas que o amam mas que o não compreendem verdadeiramente, Jean-Do (Mathieu Amalric) encontra na sua imaginação a única forma de evasão para a prisão e martírio em que se tornou a sua vida.
Filmado de forma a transmitir a forma como Bauby via o mundo, o seu, e narrado por ele, Le Scaphandre et le Papillon relata uma história comovente e apaixonante de algo que ninguém pode sequer tentar imaginar...ser refém do nosso próprio corpo, dependente para tudo e "incapaz" de comunicar.
Tenho apenas muita pena que as distribuidoras tenham apostado tão pouco neste filme, pelo que se ainda conseguirem vê-lo, não hesitem.
Bem hajam!!!
Numa em quatro categorias para os Óscares da Academia, este filme é a adaptação cinematográfica da história de vida de Jean-Dominique Bauby, editor da revista Elle, um jovem casanova e amante dos puros prazeres da vida que de um momento para o outro se vê refém do seu próprio corpo, vítima dum raro caso da medicina, o síndroma "locked-in".
Rodeado por pessoas que o amam mas que o não compreendem verdadeiramente, Jean-Do (Mathieu Amalric) encontra na sua imaginação a única forma de evasão para a prisão e martírio em que se tornou a sua vida.
Filmado de forma a transmitir a forma como Bauby via o mundo, o seu, e narrado por ele, Le Scaphandre et le Papillon relata uma história comovente e apaixonante de algo que ninguém pode sequer tentar imaginar...ser refém do nosso próprio corpo, dependente para tudo e "incapaz" de comunicar.
Tenho apenas muita pena que as distribuidoras tenham apostado tão pouco neste filme, pelo que se ainda conseguirem vê-lo, não hesitem.
Bem hajam!!!
Gira a Fita em...Elizabeth, The Golden Age
Candidato aos galardões correspondentes a Melhor Actriz e a Guarda-Roupa, e talvez merecendo mais uma ou outra nomeação em áreas como Pós-Produção ou Som, Elizabeth, The Golden Age ("Elizabeth, A Era do Ouro") é um filme histórico que retrata uma fase em particular, talvez a mais conturbada, do longo reinado de Isabel I de Inglaterra, tortuoso para esta governante mas que levou a Inglaterra a uma posição imperial e de inquestionável hegemonia.
Cate Blanchett empresta o seu inquetionável talento a esta personagem, concedendo-lhe a força e carisma necessário para apaixonar o espectador. Enquanto Clive Owen se apresenta sem falhas e igual a si-mesmo, o meu destaque no campo das interpretações (colocando Blanchett num outro patamar) vai para Samantha Morton que creio desde há muito merecer um maior destaque no mundo do cinema, e para a jovem Abbie Cornish, até agora não muito presente no grande ecrã mas que parece ter obtido aqui o impulso de que necessitava (e perdoem-me se não concordarem, mas acho-a tremendamente parecida com a Nicole Kidman e isso é já uma boa parte do caminho percorrido para o sucesso entre os fãs da 7ª Arte!!). Não podia deixar de referir a presença de Geoffrey Rush, trazendo um toque de enorme experiência e qualidade incontestável a este elenco.
Em Elizabeth, The Golden Age, o espectador é inserido na deslumbrante corte de Isabel I em finais do século XVI, numa altura em que a directa herdeira ao trono Mary Stuart, apesar de presa leva a cabo planos para o assassínio da rainha, a Inglaterra sofre de cisões internas motivadas, essencialmente, por questões religiosas e são cada vez mais e em maior número os inimigos. Neste ambiente, é impossível ao espectador não ficar deslumbrado com as roupagens utilizadas pelos personagens e apaixonado pelas fabulosas indumentárias de Isabel. Apesar deste contexto no interior do qual gira a acção, o enredo em si centra-se na teia amorosa da Rainha Virgem, a questão de não ter ainda contraído matrimónio e a sua relação com o aventureiro Sir Walter Raleigh.
O filme termina com bastante intensidade, com a derrota da Armada espanhola e com os encontros de Isabel com a sua antiga dama de companhia, Elizabeth, e Sir Raleigh, e o encontro no leito da morte com o seu fiel conselheiro, Sir Walsingham, o qual profetiza tempos conturbados e agitados para a Inglaterra, tal como a história viria a provar. Pelo meio, somos presenteados com momentos hilariantes, emocionantes e episódios marcantes da história.
Elizabeth, The Golden Age é um filme da época da corte inglesa como há já muito não se via, com excelente qualidade de elenco e equipa de produção.
Bem hajam!!!
Cate Blanchett empresta o seu inquetionável talento a esta personagem, concedendo-lhe a força e carisma necessário para apaixonar o espectador. Enquanto Clive Owen se apresenta sem falhas e igual a si-mesmo, o meu destaque no campo das interpretações (colocando Blanchett num outro patamar) vai para Samantha Morton que creio desde há muito merecer um maior destaque no mundo do cinema, e para a jovem Abbie Cornish, até agora não muito presente no grande ecrã mas que parece ter obtido aqui o impulso de que necessitava (e perdoem-me se não concordarem, mas acho-a tremendamente parecida com a Nicole Kidman e isso é já uma boa parte do caminho percorrido para o sucesso entre os fãs da 7ª Arte!!). Não podia deixar de referir a presença de Geoffrey Rush, trazendo um toque de enorme experiência e qualidade incontestável a este elenco.
Em Elizabeth, The Golden Age, o espectador é inserido na deslumbrante corte de Isabel I em finais do século XVI, numa altura em que a directa herdeira ao trono Mary Stuart, apesar de presa leva a cabo planos para o assassínio da rainha, a Inglaterra sofre de cisões internas motivadas, essencialmente, por questões religiosas e são cada vez mais e em maior número os inimigos. Neste ambiente, é impossível ao espectador não ficar deslumbrado com as roupagens utilizadas pelos personagens e apaixonado pelas fabulosas indumentárias de Isabel. Apesar deste contexto no interior do qual gira a acção, o enredo em si centra-se na teia amorosa da Rainha Virgem, a questão de não ter ainda contraído matrimónio e a sua relação com o aventureiro Sir Walter Raleigh.
O filme termina com bastante intensidade, com a derrota da Armada espanhola e com os encontros de Isabel com a sua antiga dama de companhia, Elizabeth, e Sir Raleigh, e o encontro no leito da morte com o seu fiel conselheiro, Sir Walsingham, o qual profetiza tempos conturbados e agitados para a Inglaterra, tal como a história viria a provar. Pelo meio, somos presenteados com momentos hilariantes, emocionantes e episódios marcantes da história.
Elizabeth, The Golden Age é um filme da época da corte inglesa como há já muito não se via, com excelente qualidade de elenco e equipa de produção.
Bem hajam!!!
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
Gira a Fita em...I'm Not There
I'm Not There é um filme bastante complexo e pesado. Considerado por alguns como a reconstituição de pedaços da conturbada vida de Bob Dylan, tal não é o carácter que este filme pretende adquirir - tal como afirmam os seus créditos finais, é uma história ficcional com pontuais momentos verídicos.
Com estreia marcada no nosso país para 6 de Março, quem for ver este filme deve preparar-se para uma constante ginástica mental, mesmo aqueles que tenham um certo conhecimento das várias épocas retratadas e de Dylan. Outro factor para o qual o espectador deve estar sensível antes de entrar na sala de cinema, é a particularidade de boa parte desta produção ser rodada a preto e branco, característica que muitos (nomeadamente os mais jovens) não aceitam muito bem.
O elenco desta produção dispensa, na sua grande maioria, apresentações, contando com nomes como Richard Gere, Christian Bale, Julian Moore, Cate Blanchett e o recentemente falecido, Heath Ledger, que nos mais uma boa prestação, mas que infelizmente veremos como uma despedida deste talentoso jovem. Contudo, em contexto de contagem decrescente para os Óscares, é nessa perspectiva que me vou ater neste filme e para tal, volto a referir o nome de Cate Blanchett, a qual representa a única nomeação deste filme. Num enredo que não dispõe de actor principal, pois tal destaque seria injusto neste filme feito de recortes, Blanchett surpreende de imediato ao encarnar um papel masculino, mas não se fica por aqui e interpreta de forma exemplar uma das facetas mais excêntricas e exigentes desta história. No campo dos actores, uma nota vai também para o jovem Marcus Carl Franklin e para a actriz Charlotte Gainsbourg - esta mais conhecida do cinema de produção europeia.
I'm Not There mereceria em pleno a vitória para a estatueta a que está proposta, não só pelo desempenho de Blanchett mas igualmente um premiar de todos os outros actores e para a produção, que apesar de não ser brilhante tem os seus méritos em matérias como casting, pesquisa de materiais de diferentes épocas em áreas tão variadas quanto imagens ou variedades dialectais das diferentes personagens, bem como cenários ou caracterizações. A banda sonora é neste filme praticamente toda pertencente a Bob Dylan, pelo que a sua aceitação ou não depende do gosto do espectador para com este artista e seu particular estilo.
A minha posição quanto à atribuição do galardão para melhor actriz secundária é já discernível, pois num filme não muito fácil de ver, só mesmo a interpretação do elenco o poderia tornar mais ligeiro e agradável, e creio ser no seu leque de actores que residirá o seu trunfo para que não seja um fiasco, pelo menos entre o nosso público, ávido sempre pelo mesmo tipo de produção com "muito pouco sal" e de fácil "digestão".
Creio que fica uma sugestão para verdadeiros cinéfilos ou amantes de Bob Dylan e sua época!
Bem hajam!!!
Com estreia marcada no nosso país para 6 de Março, quem for ver este filme deve preparar-se para uma constante ginástica mental, mesmo aqueles que tenham um certo conhecimento das várias épocas retratadas e de Dylan. Outro factor para o qual o espectador deve estar sensível antes de entrar na sala de cinema, é a particularidade de boa parte desta produção ser rodada a preto e branco, característica que muitos (nomeadamente os mais jovens) não aceitam muito bem.
O elenco desta produção dispensa, na sua grande maioria, apresentações, contando com nomes como Richard Gere, Christian Bale, Julian Moore, Cate Blanchett e o recentemente falecido, Heath Ledger, que nos mais uma boa prestação, mas que infelizmente veremos como uma despedida deste talentoso jovem. Contudo, em contexto de contagem decrescente para os Óscares, é nessa perspectiva que me vou ater neste filme e para tal, volto a referir o nome de Cate Blanchett, a qual representa a única nomeação deste filme. Num enredo que não dispõe de actor principal, pois tal destaque seria injusto neste filme feito de recortes, Blanchett surpreende de imediato ao encarnar um papel masculino, mas não se fica por aqui e interpreta de forma exemplar uma das facetas mais excêntricas e exigentes desta história. No campo dos actores, uma nota vai também para o jovem Marcus Carl Franklin e para a actriz Charlotte Gainsbourg - esta mais conhecida do cinema de produção europeia.
I'm Not There mereceria em pleno a vitória para a estatueta a que está proposta, não só pelo desempenho de Blanchett mas igualmente um premiar de todos os outros actores e para a produção, que apesar de não ser brilhante tem os seus méritos em matérias como casting, pesquisa de materiais de diferentes épocas em áreas tão variadas quanto imagens ou variedades dialectais das diferentes personagens, bem como cenários ou caracterizações. A banda sonora é neste filme praticamente toda pertencente a Bob Dylan, pelo que a sua aceitação ou não depende do gosto do espectador para com este artista e seu particular estilo.
A minha posição quanto à atribuição do galardão para melhor actriz secundária é já discernível, pois num filme não muito fácil de ver, só mesmo a interpretação do elenco o poderia tornar mais ligeiro e agradável, e creio ser no seu leque de actores que residirá o seu trunfo para que não seja um fiasco, pelo menos entre o nosso público, ávido sempre pelo mesmo tipo de produção com "muito pouco sal" e de fácil "digestão".
Creio que fica uma sugestão para verdadeiros cinéfilos ou amantes de Bob Dylan e sua época!
Bem hajam!!!
Gira a Fita em...Gone Baby Gone
Primeiro que tudo, quero apenas clarificar que desta vez coloquei o título do filme na sua versão original porque não concordo com a versão escolhida pela editora responsável pela sua distribuição no nosso país. Este filme chegará ás salas de cinema nacionais com o título "Vista pela última vez...".
Apesar de não apreciar propriamente os dotes de Ben Affleck para a representação, este parece ser um espécie de pau para todas as serventias, visto ter já composto bandas sonoras e, neste caso, ter escrito o guião e ter realizado este filme e de uma forma, devo dizer, bem conseguida.
Gone Baby Gone é uma que consegue perturbar. Diz-se que aproveita um pouco do balanço do mediático caso "Maddie" e que com ele partilha semelhanças. Essa não é a minha opinião, pois não se sabendo os contornos do caso ocorrido no nosso país, vejo como únicas semelhanças, a aparência de Amanda (a menina raptada neste filme) com Madeleine e a própria temática central; mas, igualmente, desconheço o impacto do caso da menina inglesa nos Estados Unidos.
Fora estas insinuações, que nada mais fazem se não ajudar à publicidade desta produção, pretendo cingir-me apenas ao comentário cinematográfico.
Casey Affleck, escolhido ou não pelo facto de o seu irmão ser o realizador, desempenha um papel como poderei qualificar como imaculado, não assumindo um grande brilho, também nada de negativo se lhe poderá ser apontado, num ano que não está a correr nada mal e que pode ser de projecção - nomeado para o Óscar de melhor actor secundário com o filme The Assassination of Jesse James by the Coward Robert Ford. Discreta é a participação de Michelle Monaghan como actriz principal, sendo sobressai um pouco no final da história. Contudo, a juventude dos protagonistas é compensada pelas prestações de Ed Harris e o prazer da presença de Morgan Freeman, que certamente algo terão emprestado ao sucesso desta película. Uma nota de destaque vai, no entanto, para Amy Ryan que desempenha um papel que transfigura a imagem que temos dela de filmes como Capote ou The War of the Worlds, e que lhe vale a nomeação para o Óscar de melhor actriz secundária, apesar de talvez não ser suficiente para levar a estatueta para casa (veremos...).
Esta produção não se destaca por muito mais coisas, mas creio que poderei deixar uma palavra para a forma como a história recebe um impulso no momento em que uma primeira fase se resolve e o espectador começa a perguntar-se o que se irá passar, que volta se irá verificar quando ainda falta tanto para o final do filme e tudo parece já estar resolvido...
Com esta interrogação deixo um aperitivo em jeito de chamamento para que vão ao cinema e vejam esta história, que pensem realmente nela, no quão recorrente é no nosso mundo e na participação que todos poderemos e devemos ter para ajudar a tudo melhorar.
Bem hajam!!!
Apesar de não apreciar propriamente os dotes de Ben Affleck para a representação, este parece ser um espécie de pau para todas as serventias, visto ter já composto bandas sonoras e, neste caso, ter escrito o guião e ter realizado este filme e de uma forma, devo dizer, bem conseguida.
Gone Baby Gone é uma que consegue perturbar. Diz-se que aproveita um pouco do balanço do mediático caso "Maddie" e que com ele partilha semelhanças. Essa não é a minha opinião, pois não se sabendo os contornos do caso ocorrido no nosso país, vejo como únicas semelhanças, a aparência de Amanda (a menina raptada neste filme) com Madeleine e a própria temática central; mas, igualmente, desconheço o impacto do caso da menina inglesa nos Estados Unidos.
Fora estas insinuações, que nada mais fazem se não ajudar à publicidade desta produção, pretendo cingir-me apenas ao comentário cinematográfico.
Casey Affleck, escolhido ou não pelo facto de o seu irmão ser o realizador, desempenha um papel como poderei qualificar como imaculado, não assumindo um grande brilho, também nada de negativo se lhe poderá ser apontado, num ano que não está a correr nada mal e que pode ser de projecção - nomeado para o Óscar de melhor actor secundário com o filme The Assassination of Jesse James by the Coward Robert Ford. Discreta é a participação de Michelle Monaghan como actriz principal, sendo sobressai um pouco no final da história. Contudo, a juventude dos protagonistas é compensada pelas prestações de Ed Harris e o prazer da presença de Morgan Freeman, que certamente algo terão emprestado ao sucesso desta película. Uma nota de destaque vai, no entanto, para Amy Ryan que desempenha um papel que transfigura a imagem que temos dela de filmes como Capote ou The War of the Worlds, e que lhe vale a nomeação para o Óscar de melhor actriz secundária, apesar de talvez não ser suficiente para levar a estatueta para casa (veremos...).
Esta produção não se destaca por muito mais coisas, mas creio que poderei deixar uma palavra para a forma como a história recebe um impulso no momento em que uma primeira fase se resolve e o espectador começa a perguntar-se o que se irá passar, que volta se irá verificar quando ainda falta tanto para o final do filme e tudo parece já estar resolvido...
Com esta interrogação deixo um aperitivo em jeito de chamamento para que vão ao cinema e vejam esta história, que pensem realmente nela, no quão recorrente é no nosso mundo e na participação que todos poderemos e devemos ter para ajudar a tudo melhorar.
Bem hajam!!!
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